quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Divisão regional do Brasil: Mapas e histórico das divisões

As divisões regionais do Brasil de 1889 a 1937: uma breve discussão.

Sobre as discussões de regionalização do Brasil, serão apresentadas as propostas de divisões regionais que surgiram com a intenção de dividir em regiões o imenso território brasileiro.

De meados do século XIX até o início do século XX, tivemos uma variedade de divisões regionais propostas por diversos autores e instituições em nosso país. E essa variedade de divisões está relacionada a um elenco diferenciado de critérios, resultando, portanto, numa diversidade de número e extensão das regiões.

Contudo, o critério regionalizador que predominou, principalmente nas primeiras divisões regionais do Brasil, foi o elemento natural, que resultou na definição da região natural. Essa regionalização foi ora caracterizada por um conjunto de fenômenos correlacionados, dotando de unidade a região, ora por um único fenômeno, ou seja, o mais significativo, em torno do qual todos os demais se agrupavam, fornecendo à região um cunho particular. Por exemplo, a região amazônica denomina-se pelo elemento natural predominante – a floresta equatorial amazônica.(Aristotelina e Márcia)


Observe os mapas e leituras a seguir. Eles apresentam as propostas de divisões regionais do Brasil no período de 1889 a 1937 e os respectivos critérios adotados para classificá-las.


André Rebouças - 1889 - Zona agrícola


       
01. Zona Amazônica (AM, PA)
02. Zona do Parnaíba (MA, PI)
03. Zona do Ceará (CE)
04. Zona do Paraíba do Norte (RN, PB, PE, AL)
05. Zona do São Francisco (SE, BA)
06. Zona do Paraíba do Sul (ES, RJ, SP, DF)
07. Zona do Paraná (PR, SC)
08. Zona do Uruguai (RS)
09. Zona Auro-Ferrífera (MG)
10. Zona Central (GO, MT)




Élisée Reclus – 1893 – Elementos naturais 


01. Amazônia (AM e PA)
02. Vertente do Tocantins (GO)
03. Costa Equatorial (Estados nordestinos do MA a AL)
04. Bacia do São Francisco e Vertente Oriental dos Planaltos (SE, BA, ES e MG)
05. Bacia do Paraíba (RJ e DF)
06. Vertente do Paraná e contra vertente Oceânica (SP, PR, e SC)
07. Vertente do Uruguai e Litoral adjacente (RS)
08. Mato Grosso




Said Ali  - 1905 - Econômico 
         
01. Brasil Setentrional (AC, AM, PA)
02. Brasil Norte-Oriental (MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL)
03. Brasil Oriental (SE, BA, ES, MG, RJ, SP, DF)
04. Brasil Meridional (PR, SC, RS)
05. Brasil Central (GO, MT)





Delgado de Carvalho - 1913 - Elementos naturais e humanos
    

01. Brasil Setentrional (AC, AM, PA)
02. Brasil Norte-Oriental (MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL)
03. Brasil Oriental (SE, BA, ES, MG, RJ, DF)
04. Brasil Meridional (SP, PR, SC, RS)
05. Brasil Central (GO, MT)



Pe. Geraldo Pauwels – 1926 – Elementos naturais 
  

01. Amazônia (AC, AM, PA, parte dos estados do MA, GO e MT)
02. Região das caatingas (CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, MG)
03. Planalto meridional (abrange parte dos estados de MT e GO, MG, SP, PR, SC)
04. Litoral (todo litoral do RN a RS)
05. Região uruguaio-brasileira (parte do RS e estendendo ao Uruguai)
06. Planície do Alto Paraguai ou Grão Chaco Brasileiro (parte do MT estendendo até Bolívia)



Pierre Denis – 1927 – Elementos naturais    


01. Amazônia (AC, AM, PA)
02. Nordeste (MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, nordeste e recôncavo da BA)
03. Planalto Oriental (MG, maior parte da BA)
04. Planalto Meridional (SP, PR, SC, RS)
05. Planalto Central (GO, MT)
06. Costa Atlântica (RJ, DF, ES, sul da BA)




Betim Pais Leme – 1937 – Elementos naturais 

  
01. Zona de sedimentação (AC, AM, PA)
02. Zona intermediária (MA e PI)
03. Zona estabilizada por peneplanização (CE, RN, PB, PE e AL)
04. Zona intermediária (SE e BA)
05. Zona de reajustamento isostático atual (MG, ES, RJ e DF)
06. Zona estabilizada (SP, PR, SC e RS)
07. Zona de Erosão (GO e MT)




Proposta de Pedro Pinchas- 1967(Divisão geoeconômica)








A divisão proposta por Pedro Pinchas Geiger foi chamada de Divisão geoeconômica e consiste em três regiões, a saber: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste.

As fronteiras regionais não coincidem com as fronteiras estaduais . Desta forma, por exemplo, o norte de Minas Gerais se encontra na região Nordeste. Atualmente, muitos geógrafos e cientistas sociais preferem esta proposta.

A regionalização, definida como a divisão de um determinado espaço ou território em áreas com características comuns, pode ser criada com base em critérios físicos, socioeconômicos ou políticos. A escolha de uma dessas alternativas depende das finalidades com que se pretende utilizá-la. Ela pode, por exemplo, servir a objetivos estatísticos, administrativos ou didáticos.


Proposta de Milton Santos e Maria Laura Silveira (os quatro "Brasis")




O critério principal da regionalização proposta por Milton Santos e Maria Laura Silveira foi o “meio técnico-científico-informacional”, isto é, a informação e as finanças estão irradiadas de maneiras desiguais e distintas pelo território brasileiro, determinado “quatro brasis”:


Região Amazônica - inclui os estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. Baixas densidades técnicas e demográficas. Região Nordeste - inclui os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Primeira região a ser povoada, apresenta uma agricultura pouco mecanizada se comparada à Região Centro-Oeste e à região Concentrada. Região Centro-Oeste - inclui Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do sul e Tocantins, apresenta uma agricultura globalizada, isto é, moderna, mecanizada e produtiva. Região Concentrada - inclui Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é a região que concentra a maior população, as maiores indústrias, os principais portos, aeroportos, shopping centers, supermercados, as principais rodovias e infovias, as maiores cidades e universidades. Portanto, é a região que reúne os principais meios técnico-científicos e as finanças do país.



Divisão atual

BLOG: GEOGRAFIA "XOU"

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Equinócio e solstício

TEXTO 01



Quando cai a Páscoa?

Antes da explicação de como é definida a data da Páscoa, é preciso entender o que é equinócio.

O equinócio é um fenômeno que ocorre quando nenhum dos hemisférios, norte e sul, da Terra está inclinado em relação ao Sol. Dessa forma, os raios solares incidem diretamente sobre a Linha do Equador, emitindo a mesma quantidade de luz nos dois hemisférios. Isso faz com que o dia e a noite tenham a mesma duração (12 horas cada). Veja a imagem acima!

Há dois equinócios por ano: o Equinócio de Outono (em março no hemisfério sul, e em setembro no hemisfério norte) e o Equinócio de Primavera (em setembro no hemisfério sul, e em março no hemisfério norte.

A Igreja Católica determinou que a Páscoa seria celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia do equinócio de primavera, no hemisfério norte - e, consequentemente, do equinócio de outono, no hemisfério sul.

Solstícios e equinócios

Os Solstícios e equinócios são nomes dados aos dias que iniciam alguma das estações do ano. A implantação dessas datas teve como pressuposto a intensidade com a qual os raios solares atingem a superfície terrestre.

Solstício é uma palavra oriunda do latim que significa “parado”. Esse fenômeno acontece no período do ano em que a Terra recebe uma quantidade maior de luz sobre um hemisfério. Os solstícios ocorrem em duas datas do ano: 21 de junho e 21 de dezembro.

No solstício de 21 de junho, dá-se início ao verão no hemisfério Norte, desse modo, os dias são mais longos do que as noites. Já no hemisfério Sul, a data em questão marca o começo do inverno, no qual as noites são mais longas que os dias.

No solstício de 21 de dezembro, inicia-se no hemisfério Norte a estação de inverno, período em que as noites são mais longas que os dias. Já no hemisfério Sul, a data determina o começo do verão, estação em que as noites são mais curtas do que os dias.

Equinócio é uma palavra derivada do latim que significa “noites iguais”. Esse fenômeno acontece quando os raios solares atingem com grande intensidade a zona intertropical, o que favorece uma uniformidade quanto à quantidade de luz e calor recebida pelos dois hemisférios (Norte e Sul). Os equinócios acontecem duas vezes por ano: 20 de março e 23 de setembro.

No equinócio de 20 de março, data que marca o início da primavera, os dias são mais longos do que as noites, isso no hemisfério Norte. Já no hemisfério Sul, a data marca o começo do outono, com noites mais longas do que os dias.

No equinócio de 23 de setembro, dá-se início ao outono no hemisfério Norte, com dias mais curtos que as noites. Já no hemisfério Sul, a data marca o começo da primavera, apresentando noites mais curtas que os dias.

Eduardo de Freitas (mundoeducacao.bol.uol)


TEXTO 02


O eixo de rotação da Terra (movimento da Terra em torno dela mesma) possui uma posição fixa que está ligeiramente inclinada em 23,5º em relação ao eixo de translação da Terra (movimento da Terra em torno do Sol).

Isto faz com que em determinada época do ano, a luz solar incida com maior intensidade sobre o hemisfério norte e, na outra parte do ano, incida com maior intensidade sobre o hemisfério sul, caracterizando o chamado solstício. Da mesma forma, ocorre que em determinada época, a luz solar incide de maneira igual sobre os dois hemisférios, caracterizando o equinócio.

Desta forma, diz-se que é solstício de verão no hemisfério sul quando a luz solar incide com maior intensidade sobre este hemisfério e, ao mesmo tempo, que é solstício de inverno no hemisfério norte, por causa da menor incidência de luz solar neste hemisfério.

Desta forma, podemos dizer que o equinócio é um estágio intermediário entre o solstício de verão e o de inverno em determinado hemisfério. Ou seja, o equinócio ocorre quando a incidência maior de luz solar se dá exatamente sobre a linha do Equador.

Então, diz-se que é equinócio de outono para o hemisfério que está indo do verão para o inverno e equinócio de primavera para o hemisfério que está indo do inverno para o verão.
O solstício e o equinócio ocorrem duas vezes por ano, geralmente nos dias 20, 21 ou 22 de junho e dezembro, no caso do solstício, e nos dias 22 ou 23 de setembro e 20 ou 21 de março para o equinócio.

O momento exato de um solstício é aquele em que o sol, visto da Terra, encontra-se o mais distante possível do “equador celeste” (linha imaginária que marca o céu ao meio – como o equador com a Terra), ou seja, quando ele se encontra a 23,5º para o norte ou para o sul dessa linha. Já o momento exato do equinócio é quando o sol passa exatamente sobre o equador celeste.

Podemos dizer, também, que quando é solstício de verão no hemisfério sul, o sol estará “a pino” sobre o Trópico de Capricórnio, pois este se encontra exatamente a 23,5º da Linha do Equador e, portanto, receberá incidência direta da luz solar. Ou o contrário, quando for solstício de verão no hemisfério norte, o sol estará “a pino” sobre o Trópico de Câncer. No equinócio, o sol estará “a pino” sempre sobre as regiões localizadas próximas a linha do equador.

Da mesma forma, podemos dizer que, nas regiões polares, o Círculo Polar Ártico delimita a região que não receberá sol durante o solstício de inverno no hemisfério norte. Da mesma forma que o Círculo Polar Antártico, delimita a região que não receberá sol durante o solstício de inverno no hemisfério sul. (Caroline Faria).

Referências;

http://www.observatorio.ufmg.br, http://www.mat.ufrgs.br

Ilustração: http://scijinks.jpl.nasa.gov/solstice
infoescola.com


TEXTO 03

"Solstício e equinócio marcam o início das estações do ano e estão relacionados à incidência dos raios solares e à inclinação da Terra. Em virtude do eixo de rotação da Terra e sua posição em relação ao sol, a incidência de luz sobre os hemisférios é diferente. Esses fenômenos astronômicos representam, então, o movimento aparente do Sol e ambos ocorrem duas vezes por ano em cada hemisfério."

 

"Diferença entre solstício e equinócio

Em cada hemisfério, os fenômenos astronômicos solstício e equinócio ocorrem em datas diferentes e marcam o início das estações do ano.

 

Solstício 

O solstício representa o posicionamento do Sol em seu limite máximo, isto é, o Sol estará em seu auge ao norte ou ao sul. Essa maior declinação do Sol em relação à Linha do Equador tem como consequência a maior iluminação de um dos hemisférios. Esse fenômeno ocorre em dois momentos do ano, em junho e em dezembro.

Quando a incidência solar é maior em um dos hemisférios, ocorre o solstício de verão. Já quando a incidência solar é menor em um dos hemisférios, ocorre o solstício de inverno. O solstício de verão é caracterizado por ter os dias mais longos do que as noites. No solstício de inverno, as noites são mais longas do que os dias."

 

"Equinócio

O equinócio representa o posicionamento médio do Sol em relação à Terra, isto é, nenhum dos hemisférios está inclinado em relação ao Sol, estando incindindo seus raios diretamente sobre a Linha do Equador, iluminando, então, igualmente os dois hemisférios. Esse fenômeno ocorre em dois momentos do ano, em março e em setembro.

A ocorrência do equinócio dá início à primavera e ao outono. Em razão da mesma intensidade dos raios solares em ambos os hemisférios, os dias e as noites possuem a mesma duração."

 

"A relação entre solstícios e equinócios e as estações do ano

As estações do ano são resultado do eixo de inclinação da Terra em relação ao movimento que o planeta faz ao redor do Sol. Por causa da inclinação em relação ao plano orbital, a incidência solar não é igual para os dois hemisférios.

Essa maior ou menor insolação em cada hemisfério é responsável pela existência das estações do ano, que não ocorrem simultaneamente em cada um deles. Enquanto no Hemisfério Norte é inverno; no Hemisfério Sul, é verão. Da mesma forma que, enquanto no Hemisfério Norte é primavera; no Hemisfério Sul, é outono, e vice-versa."

"Os fenômenos astronômicos solstício e equinócio marcam o início de cada estação em cada hemisfério. Quando o Sol atinge seu limite máximo ao Norte ou ao Sul, ocorrem os solstícios de verão e inverno. Quando o sol incide sobre a Linha do Equador, estando em seu posicionamento médio, ocorrem os equinócios de primavera e outono."


Fonte: Brasil escola uol

 

sábado, 24 de setembro de 2016

O agrário e o agrícola - RENDA DIFERENCIAL E ABSOLUTA

O que é questão agrária e qual é a sua relação com a questão agrícola? A questão agrária tem conteúdo político e social e a questão agrícola está relacionada à produção de gêneros alimentícios. Em outras palavras, como diz Graziano da Silva.

[...] a questão agrícola diz respeito aos aspectos ligados às mudanças na produção em si mesma: o que se produz, onde se produz e quando se produz. Já a questão agrária está ligada às transformações nas relações de produção: como se produz, de que forma se produz. No equacionamento da questão agrícola, as variáveis importantes são a quantidade e os preços dos bens produzidos. Os principais indicadores da questão agrária são outros: a maneira como se organiza o trabalho e a produção; o nível de renda e emprego dos trabalhadores rurais; a produtividade das pessoas ocupadas no campo etc.

Cabe destacar, como diz Graziano da Silva (1980), que a questão agrária e a questão agrícola estão internamente relacionadas, sendo que muitas vezes suas crises ocorrem simultaneamente, mas nem sempre isso é uma condição necessária, pois muitas vezes a resolução do problema agrícola pode servir para agravar a questão agrária.

Uma categoria fundamental para os estudos da questão agrária é a chamada renda da terra, que representa um lucro extraordinário, suplementar, permanente, que ocorre tanto no campo como na cidade – também é denominada de renda territorial ou renda fundiária. Sendo a renda da terra um lucro extraordinário, fruto do trabalho excedente, esta constitui-se na fração da mais-valia*. A renda da terra em sua forma mais desenvolvida no modo de produção capitalista é sempre sobra acima do lucro, ou seja, constitui-se num lucro excedente.

No entanto, a renda da terra sob o modo capitalista de produção é resultante da renda diferencial e da renda absoluta.

RENDA DIFERENCIAL

[...] decorre da diferença entre o preço individual de produção do capital particular que dispõe de uma força natural monopolizada e o preço de produção do capital empregado no conjunto do ramo de atividade considerado. As causas da renda diferencial são três: sendo que as duas primeiras (renda diferencial I) independem do capital. São elas: a diferença de fertilidade (natural) do solo e da localização das terras. Essas duas podem atuar em sentidos opostos. A terceira causa (renda diferencial II) é oriunda dos investimentos de capital no solo para melhorar a sua produtividade e/ou localização.”
Para ficar claro, lembremos que a Renda diferencial I independe do capital. As terras que são férteis naturalmente e têm sua localização privilegiada, por exemplo, a Zona da Mata Nordestina, as áreas de terra roxa no Paraná em Santa Catarina etc.
No caso da renda diferencial II, lembremos que esta é dependente do capital, por exemplo, nas áreas de solos pobres, como o Cerrado brasileiro e grande parte dos solos amazônicos.

RENDA ABSOLUTA

[...] é aquela que resulta do monopólio da terra por uma classe ou fração de classe, e desapareceria caso as terras fossem nacionalizadas. Assim, a renda absoluta é resultante da elevação dos preços de produção desses gêneros, principalmente por ação dos monopólios. Isso porque os proprietários fundiários só permitem a utilização de suas terras quando os preços de mercado ultrapassam os seus preços de produção”.
No caso da renda absoluta, podemos citar como exemplo os grandes especuladores latifundiários que colocam suas terras para produzir quando os preços estão acima da média.

Referências;
Dantas, Aldo. Geografia Agrária / Aldo Dantas, Rosana Silva de França e Sara Raquel Fernandes Queiroz de Medeiros. – 2. ed. Módulo 7 – Natal: EDUFRN, 2011.




* Mais - valiaConceito desenvolvido por Karl Marx. Refere-se ao trabalho não pago ao trabalhador, isto é, na exploração exercida pelos capitalistas sobre seus assalariados.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Aziz Nacib Ab'Saber

Filho de Nacib José Ab'Saber, um migrante libanês que fugia dos conflitos de seu país, e de Juventina Maria Iunes de Jesus, brasileira de origem portuguesa, esse autor nasceu em 1924, em São Luiz do Paratinga-SP, uma pequena cidade localizada nos domínios dos Mares de Morro (de acordo com a classificação sistematizada por ele).

Ab'Saber teve uma infância muito pobre e difícil, mas, mesmo assim, diferentemente de grande parte das crianças de sua época, foi incentivado a se dedicar aos estudos. O autor, desde pequeno, via a escola como uma alternativa para conseguir ajudar a sua família a sair da situação em que se encontrava.

Estudos de Aziz Ab'Saber

Desde criança, Ab'Saber foi um grande observador da paisagem. A partir do estudo das diferentes paisagens observadas durante as diversas viagens que realizou, sempre com poucos recursos e dependendo do auxílio das universidades e de amigos, o autor realizou um estudo sistemático do relevo brasileiro, ampliando o conhecimento geomorfológico a respeito da origem e evolução das diferentes formas do relevo do país, que até então só tinham sido estudadas por geógrafos estrangeiros.

Por meio do estudo do relevo e de sua interação com os demais elementos do ambiente, Ab'Saber desenvolveu também uma série de pesquisas sobre o espaço brasileiro. Dois de seus trabalhos mais conhecidos voltam-se para a compartimentação dos domínios morfoclimáticos e a “Teoria dos Redutos”, na qual o autor, seguindo a mesma linha de pensamento da “Teoria da Evolução das Espécies”, teorizou sobre o avanço e o recuo dos diferentes tipos de vegetação conforme as alterações climáticas do planeta. Além dessas duas linhas de pesquisas, o autor dedicou-se também, entre outros temas, ao estudo das Stone Lines (linhas de pedra), Sambaquis, áreas de transição e as paisagens de exceção.

Embora fosse especializado em Geomorfologia, AzizAb'Saber era um geógrafo completo. Muito preocupado com as questões ambientais do país, ele desenvolveu diversos estudos considerados de “Geografia Humana” e de planejamento urbano e ambiental.

Principais Obras de Aziz Ab'Saber

Um dos trabalhos mais destacados por ele em entrevistas foi a sua atuação no conflito entre a Vale e os garimpeiros da Serra Pelada. Além de compreender os argumentos dos dois lados do conflito, Ab'Saber procurou alternativas para solucioná-lo por meio da maior integração entre os dois lados. Ele foi o responsável também pela mudança da área da construção do Aeroporto Internacional de São Paulo, que, em razão de suas observações sobre a importância da conservação da primeira área escolhida para a construção do aeroporto, foi transferida para Cumbica.

Aziz Ab'Saber atuou também em diversos momentos como consultor técnico de vários governos (inclusive do presidente Lula) a respeito das características naturais do país e sobre as intervenções necessárias no espaço brasileiro. Apesar disso, nunca assumiu nenhum cargo político, visto que não considerava ter habilidades para desenvolver essas funções.

O autor morreu no dia 16 de março de 2012, aos 88 anos, em decorrência de um ataque cardíaco. Deixou cinco filhos e um legado de mais de 487 obras publicadas, entre as quais: 3 Teses, 28 livros, 51 capítulos de livro, 215 artigos, 7 Prefácios e apresentação de Livro, 4 resenhas, 26 publicações relacionadas com a participação em eventos, 97 publicações em revistas e jornais, 33 entrevistas e 19 obras inéditas. Diante de toda a sua contribuição para a Geografia brasileira e a ciência, de forma geral, Aziz Nacib Ab' Saber foi, sem dúvidas, um dos maiores e mais importantes geógrafos brasileiros.


Referências;

SILVA, Thamires Olimpia. "Aziz Ab'Saber"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/aziz-absaber.htm>. Acesso em 22 de setembro de 2016.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Acidentes geográficos

Acidente geográfico é tudo que pareça "diferente" dentro de uma série de características comum de um local. Resumindo, tal termo é uma variação na forma de relevo da Terra.

Eles dividem-se em artificiais e naturais. Um acidente geográfico artificial é feito pela ação do ser-humano, que pode ser pontes, monumentos, casas, prédios, enfim, tudo que é feito pela nossa ação espontânea.

Já um acidente geográfico natural é feito pela ação da natureza, como lagos, ilhas, formas de relevo (montanhas, depressões, etc), rios, entre outros, sendo que este último, inclusive, muitas vezes serve como limite territorial de países, algo muito comum com acidentes geográficos.

PRINCIPAIS TIPOS DE ACIDENTES GEOGRÁFICOS

Acidentes geográficos naturais são muito numerosos e são "classificados" em vários tipos, veja os principais:


ARQUIPÉLAGO - Arquipélago é um conjunto de ilhas localizadas uma próxima das outras, geralmente provém das pontas de uma única montanha submarina;




BAÍA - Baía é uma entrada do mar em uma parte da faixa litorânea do continente;




BARRABarra é uma formação geológica que pode ocorrer nas desembocaduras de canais, estreitos, estuários, rios e outros cursos de água, devido à acumulação de material de aluvião, paralelo à costa, na linha onde a corrente do curso de água e a do corpo onde este desemboca se equilibram. Neste ponto, é comum haver uma linha de rebentação, devido à diminuição da profundidade. Algumas barras podem formar ilhas, penínsulas, istmos etc.





GOLFO - Golfo é uma baía em tamanho maior, como por exemplo o Golfo do México;




CHAPADA - É uma região plana com altitude um pouco maior que o relevo ao redor;




DELTA - Um rio despeja suas águas no oceano por meio de vários afluentes, isso é conhecido como delta, que acaba formando ilhas marítimo-fluviais;



DOLINA - Recebe o nome de dolina (também conhecida popularmente como sumidouro) a depressão circular que ocorre em relevo cárstico e que se forma a partir da depressão de solo e rochas do teto de uma caverna por meio de uma drenagem subterrânea. Termo de origem eslovena que significa "pequeno vale", a união de duas ou mais dolinas recebe o nome de uvala. Cientificamente, tal ocorrência recebe o nome de exocarste.

Entende-se por relevo cárstico aquele dotado de rochas carbonáticas, como mármores, calcários e similares, fáceis de serem trabalhadas e bastante utilizadas na área da construção civil.

As formas mais comuns deste fenômeno são:

Dolina de dissolução: É o tipo mais comum deste exocarste. O material dissolvido, assim como restos insolúveis, são infiltrados através da fratura.
Dolina de colapso: É causada pelo desabamento do teto de uma caverna.
Dolina aluvial: Ocorre quando há coberturas de solo sendo introduzidas nas fraturas do calcário. Esta é diferente da dolina de dissolução pelo fato de que o rebaixamento do piso se dá por carreamento do solo e não por dissolução da rocha no piso inferior.

Dolina de colapso devido a carste subjacente: Difere-se da dolina de colapso pelo fato de que a camada de rochas carbonáticas que entra em colapso se encontra subjacente a uma camada de outra litologia que também entra em colapso.





ESCARPA - E uma elevação súbita do solo, superior à 45 º , caracterizada pela formação de um penhasco ou uma  encosta íngreme. A superfície desta encosta íngreme é chamada de ¨rosto da escarpa¨. As escarpas são geralmente formadas pela erosão de rochas sedimentares ou pelo movimento vertical da crosta terrestre, ao longo de uma falha geológica.



PLANALTO - Os planaltos, também chamados de platôs, são áreas de altitudes variadas e limitadas, em um de seus lados, por superfície rebaixada. Os planaltos são originários das erosões provocadas por água ou vento. Os cumes dos planaltos são ligeiramente nivelados.


PLANÍCIE - É uma área geográfica caracterizada por superfície relativamente plana (pouca ou nenhuma variação de altitude). São encontradas, na maioria das vezes, em regiões de baixas altitudes. As planícies são formadas por rochas sedimentares. Nestas áreas, ocorre o acúmulo de sedimentos.



DEPRESSÃO - As depressões são regiões geográficas mais baixas do que as áreas em sua volta. Quando esta região situa-se numa altitude abaixo do nível do mar, ela é chamada de depressão absoluta. Quando são apenas mais baixas do que as áreas ao redor, são chamadas de depressões relativas. As crateras de vulcões desativados são consideradas depressões. É comum a formação de lagos nas depressões.



ESTREITO - É uma passagem de mar em um estreito caminho entre duas massas de terra. Ex: Estreito de Gibraltar;



ILHA - Porção de terra cercada por todos os lados pelo oceano, rio ou lago;




ISTMO - Istmo é um estreita passagem de terra que liga duas outras maiores. Ex: América Central Continental;




MONTANHA - Grande altitudes, com relevo irregular;




PENÍNSULA -  Parte de terra quase totalmente cercada por mar, sendo ligada com o continente por um istmo;




CABO - Um cabo é uma faixa de terra que atravessa mar a dentro;




RIO - Cursos de água que seguem geralmente ao oceano;



VALE - É uma depressão entre regiões mais altas;





VULCÃO - Elevações de terra onde o magma do centro terrestre escapa para a superfície. Isso pode acontecer também em áreas planas ou liberar cinzas ao invés de lava.