sexta-feira, 2 de junho de 2023

Inverno meteorológico x Inverno astronômico (Brasil)



Tradicionalmente, o inverno como conhecemos tem início no hemisfério Sul por volta dos dias 20 e 21 de junho. O solstício, fenômeno que indica o posicionamento solar em limite máximo, marca o começo astronômico da estação mais fria do ano.

No entanto, um outro tipo de classificação é utilizado para determinar a estação: o inverno meteorológico, que começa no dia 1º de junho. O meteorologista Luiz Felippe Gozzo, professor do Departamento de Física e Meteorologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), explica que a diferença está na forma de determinar as estações.

“O inverno astronômico é baseado na posição da órbita da Terra em relação ao Sol. Temos os solstícios e os equinócios. Já o inverno meteorológico é baseado no ciclo anual de temperatura”, afirma o especialista, em comunicado.

No Brasil, cidades da região Sul, de São Paulo e do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de áreas do Mato Grosso do Sul experimentam dias mais frios antes mesmo do início astronômico do inverno.

Para os meteorologistas, o período de inverno começa no início de junho e vai até o fim de agosto, embora o equinócio de primavera ocorra só em 23 de setembro.

“Meteorologistas e climatologistas dividem as estações em grupos de três meses com base no ciclo de temperatura anual, bem como em nosso calendário. Geralmente se pensa no inverno como a época mais fria do ano e no verão como a época mais quente do ano, sendo a primavera e o outono as estações de transição, e é nisso que se baseiam as estações meteorológicas”, afirma a meteorologista Estael Sias, da MetSul, em comunicado.

A especialista explica que seguindo o calendário civil e tendo menos variação na duração e início da estação, torna-se mais fácil calcular estatísticas sazonais a partir dos dados mensais, que são úteis para agricultura e comércio, por exemplo.

Previsão para junho 2023

Ao longo do mês, três frentes frias devem passar sobre o Brasil, de acordo com dados da Climatempo. Em ao menos duas dessas ocasiões, deve acontecer queda acentuada das temperaturas em grandes áreas do país.

A primeira frente fria forte de junho deve começar a influenciar o tempo nos dias anteriores ao fim da primeira quinzena do mês. A segunda frente fria deve passar pelo país pouco depois do solstício de inverno, no dia 21 de junho. A terceira frente fria está prevista para o fim do mês.

Segundo a Climatempo, o frio não deve se prolongar por muitos dias no Centro-Sul do Brasil. Na média, junho deve terminar com temperaturas um pouco acima do normal na maioria das áreas do país.


Fonte: CNN Brasil (*Com informações da Climatempo e da MetSul)






segunda-feira, 6 de junho de 2022

Coordenadas geográficas

Fonte da imagem: (Escola educação)


As coordenadas geográficas são um complexo sistema de localização espacial utilizado para apontar um determinado objeto situado em qualquer ponto da superfície terrestre.

As coordenadas geográficas são um sistema de linhas imaginárias que permitem a localização de qualquer ponto na superfície terrestre. A localização de uma determinada coordenada geográfica ocorre por meio do ponto de encontro entre um paralelo um meridiano. Os paralelos são linhas imaginárias horizontais que cortam o planeta no sentido leste-oeste e dão origem à latitude. Já os paralelos são linhas imaginárias verticais que cortam o planeta no sentido norte-sul e dão origem à longitude. Os pontos cardeais auxiliam na leitura da direção correta das coordenadas geográficas.


O que são as coordenadas geográficas?

As coordenadas geográficas são um sistema de localização utilizado para situar qualquer ponto da superfície terrestre. Tal sistema é formado por meio de uma grade de coordenadas, que correspondem a um conjunto de linhas imaginárias indicando a posição de um determinado objeto no espaço global.

 

Paralelos e meridianos

Os paralelos são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra no sentido leste-oeste. O paralelo mais importante é a Linha do Equador, localizada no meio da Terra, dividindo o planeta nos hemisférios Norte e Sul. Além da Linha do Equador, outros paralelos importantes são:

Círculo Polar Ártico;

Trópico de Câncer;

Trópico de Capricórnio;

Círculo Polar Antártico.

 

Por sua vez, os meridianos são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra no sentido norte-sul. O meridiano mais importante é o Meridiano de Greenwich, que divide o planeta nos hemisférios oriental e ocidental. Os meridianos são importantes também para a definição dos fusos horários da Terra.

 

Tipos de coordenadas geográficas

A grade de coordenadas geográficas é formada por linhas imaginárias distintas, horizontais e verticais, de forma que o encontro das linhas indica a localização exata de um determinado ponto na superfície terrestre. Portanto, há dois tipos de coordenadas geográficas:

Latitude: é definida pelos paralelos, por meio da distância em graus de qualquer ponto da superfície terrestre até a Linha do Equador, que varia de 0° até 90° norte ou sul.

Longitude: é definida pelos meridianos, por meio da distância em graus de qualquer ponto da superfície terrestre até o Meridiano de Greenwich, que varia de 0° até 180° leste ou oeste.

 

Como localizar as coordenadas geográficas?

As coordenadas geográficas correspondem ao conjunto de linhas imaginárias traçadas nas posições horizontal e vertical. Tendo em vista que os paralelos (linhas horizontais) definem a latitude de um local e que os meridianos (linhas verticais) definem a longitude de um local, para encontrar a coordenada geográfica de um determinado ponto da superfície terrestre, basta localizar o respectivo ponto no encontro de um paralelo com um meridiano, obtendo assim a medida exata da coordenada geográfica do lugar em questão.


Pontos cardeais

Os pontos cardeais são referenciais de localização geográfica, definidos com base no ponto de nascença do Sol (leste). Portanto, por meio desse referencial, temos as outras direções cardeais: oeste, norte e sul. Os pontos cardeais são comumente representados por uma rosa dos ventos.



Os pontos cardeais são empregados em documentos cartográficos, como mapas, além de instrumentos de localização, como bússolas, com o objetivo de referenciar determinada localização espacial. Os pontos cardeais servem de orientação ao definirmos a localização das coordenadas geográficas.


Paralelos e meridianos

Os paralelos e meridianos são as linhas imaginárias traçadas ao longo da Terra, utilizadas em muitas funções cartográficas, principalmente no estabelecimento das coordenadas geográficas. Essas linhas são traçadas sobre o globo terrestre no sentido horizontal e vertical. Os paralelos formam círculos concêntricos, enquanto os meridianos formam semicírculos.

O que são os paralelos?

Imagem: (mundoeducacao.uol)

Os paralelos são, pois, linhas imaginárias dispostas sobre o eixo do globo terrestre no sentido horizontal, formando círculos que são maiores na parte central, entre o norte e o sul, e menores nas proximidades dos polos. O maior e mais importante desses paralelos é a Linha do Equador por dividir o planeta em hemisfério norte (também chamado de Boreal e Setentrional) e hemisfério sul (chamado também de Austral e Meridional).

Alguns outros paralelos importantes por serem demarcações das diferentes posições da Terra em relação aos raios solares ao longo do ano são os trópicos de Capricórnio e de Câncer, além dos círculos polares Ártico e Antártico.

Os paralelos possuem medidas específicas, chamadas de latitudes, que constituem a distância, em graus, de um dado paralelo em relação à Linha do Equador. Essa, por sua vez, possui latitude 0º.

O que são os meridianos?

Imagem: (mundoeducacao.uol)


Os meridianos são as linhas imaginárias dispostas verticalmente sobre o globo terrestre, formando semicírculos, ou seja, curvas que representam a metade de um círculo. Como todos os meridianos possuem o mesmo tamanho, não há diferenças técnicas entre um e outro, o que fez com que o meridiano principal fosse escolhido por meio de uma convenção realizada em Washington D.C. no final do século XIX.

Nessa convenção, escolheu-se que a linha imaginária que atravessa a cidade de Londres, capital da Inglaterra e centro econômico da época, seria o meridiano principal, chamado de Meridiano de Greenwich, que é também o marco zero na medição dos fusos horários.

Todo meridiano possui uma unidade de medida, chamada de longitude, que é a distância, em graus, entre qualquer meridiano e Greenwich, que possui longitude 0º. Tudo o que estiver a oeste dessa linha faz parte do hemisfério ocidental, e o que estiver a leste faz parte do hemisfério oriental.

O meridiano oposto a Greenwich, posicionado a 180º de longitude, dá origem à Linha Internacional de Mudança de Data, que delimita o fim de um dia e o início do outro. No entanto, essa linha traçada não obedece inteiramente às direções cartográficas, pois apresenta “curvas” para adaptar-se a alguns territórios e ilhas do Pacífico.

Os paralelos e meridianos, combinados entre si e com as latitudes e longitudes, dão origem ao sistema de coordenadas geográficas, que é utilizado para definir qualquer ponto da superfície terrestre. Trata-se, portanto, de um preciso e importante método de localização geográfica.


Fonte: mundo educação.uol



Curva de nível

Imagem: (blog.droneng.com)


À medida que as tecnologias evoluem, fica cada vez mais claro o papel da representação cartográfica inteligente, como no caso da curva de nível. Esse mapa é um dos responsáveis por garantir a precisão e acurácia principalmente em projetos topográficos, na construção civil.

Mas afinal, o que é uma curva de nível? Qual o seu objetivo? Onde usá-las? E como gerá-las automaticamente? Essas e outras respostas você irá descobrir neste artigo!

 

O que  é uma curva de nível?

A curva de nível nada mais é do que uma linha que conecta diversos pontos de mesmo valor altimétrico, gerada através do Modelo Digital de Terreno. Quando combinadas, elas ajudam a verificar os níveis de altitude de um terreno ou qualquer irregularidade em sua superfície.

 

Assim, essas linhas são capazes de formar um mapa topográfico como no exemplo abaixo:

Imagem: (mappa.ag)

 

Através destes pontos georreferenciados, a curva de nível fornece uma visão tridimensional da área de interesse. Desta forma, é possível identificar características fundamentais para o seu projeto, como:

 

áreas acidentadas;

declividade;

diferenças de altitude no terreno;

pontos de escoamento.

 

Qual é o objetivo das curvas de nível?

O objetivo da curva de nível é fornecer informações sobre a altitude e irregularidades de um terreno com acurácia e precisão. Através destes dados é possível realizar uma série de análises relevantes principalmente na topografia e na engenharia.

Na engenharia e construção civil, por exemplo, elas são utilizadas principalmente nas etapas de licitação e pré-planejamento garantindo uma boa compreensão da área de interesse. Com  as curvas de nível é possível identificar:

 

Pontos de drenagem;

Mudanças na elevação do terreno;

Melhores locais para construção, escavação e armazenamento

de materiais.

 

Já na topografia, as curvas de nível são fundamentais para a criação de levantamentos altimétricos e planialtimétricos em uma série de projetos, e alguns dos seus usos são:

 

Elaboração de plantas e esboços,

Relatórios topográficos;

Cartas topográficas.

 

E podemos adiantar para você que existe uma forma bem mais fácil e rápida de criá-las, e nós vamos falar sobre isso no próximo tópico deste artigo.

Por fim, a curva de nível também é largamente utilizada na agricultura, em técnicas de plantio que exigem maior conhecimento sobre as elevações do terreno. Assim, fica bem mais fácil evitar problemas como a erosão. Confira mais alguns dos seus usos:

 

 projetos de irrigação;

sistematização de área;

terraceamento;

delimitação de bacias hidrográficas.

 

Fonte: mappa.ag

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Nazaré, a maior onda do mundo

Imagem: (pinterest.pt)


Entenda por que Nazaré é a maior onda do mundo

Sempre que o inverno europeu se aproxima, aumenta a expectativa pelas ondas gigantes de Nazaré. Os melhores surfistas do planeta passam por lá nessa época e proporcionam quebras de recordes todos os anos. Mas o que explica a formação dessas paredes de água em Portugal? Fomos até lá pra entender a formação geológica que possibilita tudo isso.

Localizada ao norte de Lisboa, Nazaré recebe as ondulações gigantes geradas nas tempestades do oceano Atlântico, a centenas de quilômetros dali. O que faz com que essas ondas sejam muito maiores na região do que em outros lugares da costa portuguesa é a presença de um cânion submerso, também chamado de canhão – o famoso Canhão da Nazaré.

"Os cânions são formações geomorfológicas normalmente associadas à erosão da terra provocada por um rio. Em Nazaré, a origem pode ser tectônica, ou seja, a fenda se abriu por algum tremor de terra há milhões de anos", explica o geólogo Lucca Cunha.

Para entender por que o canhão é importante para a formação das ondas gigantes, é preciso entender o contraste entre o fundo do mar das praias de Nazaré e do Norte. Na praia de Nazaré está o canhão, com profundidade que varia de 50 metros a quase 5 mil metros. Enquanto isso, na praia do Norte, o fundo é a plataforma continental, muito mais rasa.

Canhão da Nazaré: © Maíra Pabst


Devido à profundidade, as ondulações que viajam sobre o Canhão da Nazaré não perdem velocidade e tem sua direção alterada. Já as ondulações que viajam sobre a plataforma continental perdem velocidade e não sofrem alteração de direção. Ambas se encontram em frente ao Farol da Nazaré, a 200 metros da praia. Essa junção faz com que o pico levante ainda mais, fator principal para as condições massivas em Nazaré.

"Uma onda arrebenta quando a altura da vaga se torna maior do que a profundidade, e Nazaré é perfeito para isso, já que a transição é repentina e as ondas chegam até a costa ainda muito altas", diz Lucca sobre outro fator que contribui para o tamanho da onda. "Além disso, há a corrente de retorno de água, que acontece em frente ao Cabo como um backwash muito poderoso".

Ou seja, uma junção de muitos fatores naturais fazem de Nazaré um pico muito especial para o surfe de ondas grandes. E é por isso que nessa época vários surfistas de todas as partes do mundo fazem do vilarejo suas casas e fiquem a espera das ondas massivas.

 

Fonte: redbull.com


Assista o vídeo abaixo:


Vídeo: Instituto Hidrográfico - Marinha Portuguesa





domingo, 29 de maio de 2022

MULTIVERSO: O que é o multiverso – e há alguma evidência de sua existência?

 


Cientistas só podem ver até uma determinada distância, até alcançarem a borda do universo. Será que algum dia saberemos se existe algo além?


Texto: Nationalgeographic

O que está além das margens do universo observável? É possível que nosso universo seja apenas um de muitos em um multiverso muito maior?

Os filmes não se cansam de explorar essas questões. De blockbusters de super-heróis como Doutor Estranho no Multiverso da Loucura ao queridinho indie Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo – com data de estreia no Brasil prevista para 23 de junho –, as histórias de ficção científica estão cheias de realidades alternativas. E, dependendo de qual cosmólogo você perguntar, o conceito de um multiverso é mais do que pura fantasia.

Filme "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" (Foto de Divulgação)

As ideias da humanidade sobre realidades alternativas são antigas e variadas. Em 1848, Edgar Allan Poe até escreveu um poema em prosa no qual imaginava a existência de “uma sucessão ilimitada de universos”. Mas o conceito de multiverso realmente decolou quando teorias científicas modernas, tentando explicar as propriedades de nosso universo, previram a existência de outros universos, onde eventos ocorrem fora de nossa realidade.

“Nossa compreensão da realidade não está completa, muito pelo contrário”, diz o físico da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Andrei Linde. “A realidade existe independentemente de nós.”

Se eles existem, esses universos estão separados do nosso, inalcançáveis ​​e indetectáveis ​​por qualquer medição direta (pelo menos até agora). E isso faz com que alguns especialistas questionem se a busca por um multiverso pode ser verdadeiramente científica.

Os cientistas um dia terão certeza se o nosso universo é o único? Nós quebramos as diferentes teorias sobre um possível multiverso – incluindo outros universos com suas próprias leis da física – e se muitas versões de você poderiam existir por aí.

 

O que é um multiverso?

O multiverso é um termo que os cientistas usam para descrever a ideia de que além do universo observável, outros universos também podem existir. Os multiversos são previstos por várias teorias científicas que descrevem diferentes cenários possíveis – desde regiões do espaço em planos diferentes do nosso universo, até universos-bolha separados que estão constantemente surgindo.

A única coisa que todas essas teorias têm em comum é que elas sugerem que o espaço e o tempo que podemos observar não são a única realidade.

Ok… mas por que os cientistas pensam que pode haver mais de um universo?

“Não podemos explicar todas as características do nosso universo se houver apenas uma delas”, diz o jornalista científico Tom Siegfried, cujo livro The Number of the Heavens (O número de céus, em tradução livre) investiga como as concepções do multiverso evoluíram ao longo de milênios.

“Por que as constantes fundamentais da natureza são o que são?”, Siegfried se pergunta. “Por que há tempo suficiente em nosso universo para fazer estrelas e planetas? Por que as estrelas brilham do jeito que brilham, com a quantidade certa de energia? Todas essas coisas são perguntas para as quais não temos respostas em nossas teorias físicas.”

Siegfried diz que existem duas explicações possíveis: primeiro, que precisamos de teorias mais novas e melhores para explicar as propriedades do nosso universo. Ou, diz ele, é possível que “sejamos apenas um dos muitos universos que são diferentes, e vivemos naquele que é agradável e confortável”.


Quais são algumas das teorias mais populares do multiverso?

Talvez a ideia mais aceita cientificamente venha do que é conhecido como cosmologia inflacionária, que é a ideia de que nos momentos após o Big Bang, o universo se expandiu rápida e exponencialmente. A inflação cósmica explica muitas das propriedades observadas do universo, como sua estrutura e a distribuição das galáxias.

“A princípio, essa teoria parecia uma peça de ficção científica, embora muito imaginativa”, diz Linde, um dos arquitetos da teoria inflacionária cósmica. “Mas isso explicava tantas características interessantes do nosso mundo que as pessoas começaram a levá-la a sério.”

Uma das previsões da teoria é que a inflação poderia acontecer repetidamente, talvez infinitamente, criando uma constelação de universos-bolha. Nem todas essas bolhas terão as mesmas propriedades que as nossas – podem ser espaços onde a física se comporta de maneira diferente. Alguns deles podem ser semelhantes ao nosso universo, mas todos existem além do reino que podemos observar diretamente.


Quais são as outras ideias?

Outro tipo atraente de multiverso é chamado de interpretação dos muitos-mundos da mecânica quântica, que é a teoria que descreve matematicamente como a matéria se comporta. Proposta pelo físico Hugh Everett em 1957, a interpretação de muitos-mundos prevê a presença de linhas de tempo ramificadas ou realidades alternativas nas quais nossas decisões se desenrolam de maneira diferente, às vezes produzindo resultados totalmente distintos.

“Hugh Everett diz: veja, na verdade há um número infinito de Terras paralelas, e quando você faz um experimento e obtém as probabilidades, basicamente tudo o que prova é que você vive na Terra onde esse foi o resultado desse experimento”, diz o físico James Kakalios, da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, que escreveu sobre a física (ou não) dos super-heróis. “Mas em outras Terras, há um resultado diferente.”

De acordo com essa interpretação, versões de você poderiam estar vivendo as muitas vidas possíveis que você poderia ter levado se tivesse tomado decisões diferentes. No entanto, a única realidade que é perceptível para você é aquela em que você habita.

 

Então, onde todas essas outras Terras existem?

Elas estão todas sobrepostas em dimensões que não podemos acessar. Max Tegmark do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) refere-se a esse tipo de multiverso como um multiverso de Nível III , onde vários cenários estão se desenrolando em realidades ramificadas.

“Na interpretação de muitos-mundos, você ainda tem uma bomba atômica, só não sabe exatamente quando ela vai explodir”, diz Linde. E talvez em algumas dessas outras realidades, não.

Por outro lado, os múltiplos universos previstos por algumas teorias da inflação cósmica são o que Tegmark chama de multiverso de Nível II, onde a física fundamental pode ser diferente nos diferentes universos. Em um multiverso inflacionário, diz Linde, “você nem sabe se, em algumas partes do universo, bombas atômicas são possíveis em princípio”.

 

Então, se eu quiser conhecer uma outra versão minha, como chego lá? Podemos viajar entre multiversos?

Infelizmente não. Os cientistas não acham que seja possível viajar entre universos, pelo menos não ainda.

“A menos que um monte de física que sabemos que está solidamente estabelecida esteja errada, você não pode viajar para esses multiversos”, diz Siegfried. "Mas quem sabe? Daqui a mil anos. Não estou dizendo que alguém não pode descobrir algo que nunca teríamos imaginado.”

 

Existe alguma evidência direta sugerindo a existência de multiversos?

Embora certas características do universo pareçam exigir a existência de um multiverso, nada foi observado diretamente que sugira que ele realmente exista. Até agora, as evidências que apoiam a ideia de um multiverso são puramente teóricas e, em alguns casos, filosóficas.

Alguns especialistas argumentam que pode ser uma grande coincidência cósmica que o Big Bang forjou um universo perfeitamente equilibrado que é perfeito para a nossa existência. Outros cientistas pensam que é mais provável que existam vários universos físicos e que simplesmente habitemos aquele que tem as características certas para nossa sobrevivência.

Um número infinito de pequenos universos de bolso alternativos, ou universos bolhas, alguns dos quais têm física diferente ou diferentes constantes fundamentais, é uma ideia atraente, diz Kakalios. “É por isso que algumas pessoas levam essas ideias a sério, porque isso ajuda a resolver certas questões filosóficas”, diz ele.

Os cientistas discutem se o multiverso é mesmo uma teoria empiricamente testável; alguns diriam que não, dado que, por definição, um multiverso é independente de nosso próprio universo e impossível de acessar. Mas talvez não tenhamos descoberto o teste certo.

 

Será que algum dia saberemos se nosso universo é apenas um entre muitos?

Pode ser que não. Mas os multiversos estão entre as previsões de várias teorias que podem ser testadas de outras maneiras, e se essas teorias passarem em todos os testes, talvez o multiverso também se mantenha. Ou talvez alguma nova descoberta ajude os cientistas a descobrir se realmente existe algo além do nosso universo observável.

“O universo não é limitado pelo que algumas gotas de protoplasma em um pequeno planeta podem descobrir ou testar”, diz Siegfried. “Podemos dizer: isso não é testável, portanto, não pode ser real – mas isso significa apenas que não sabemos como testá-lo. E talvez algum dia descobriremos como fazer, e talvez não. Mas o universo pode fazer o que quiser.”

 

Fonte: Nationalgeographic Brasil



domingo, 22 de janeiro de 2017

Tipos de Chuvas: Chuva orográfica, Frontal e de Convecção

A chuva é um dos vários tipos de precipitação do vapor d'água existente na atmosfera, sendo caracterizada pela queda da água em sua forma líquida. É possível, assim, caracterizá-la e classificá-la com base em diferentes critérios, como o índice de acidez ou a sua intensidade. No entanto, a seguir, destacaremos os principais tipos de chuva conforme a sua classificação mais comum, que se baseia em sua forma de ocorrência.





Desse modo, temos três tipos de chuva principais: as orográficas, as frontais e as convectivas.



Chuvas orográficas



As chuvas orográficas – também chamadas de chuva de relevo - são o principal exemplo de como as formas de relevo podem influenciar o clima e também os fenômenos meteorológicos. Elas ocorrem quando uma massa de ar úmido é “bloqueada” por uma forma íngreme de relevo, como uma montanha, uma serra ou escarpa. Assim, nessa área de encontro, ocorrem fortes chuvas orográficas, que retiram toda a umidade do ar e faz com que ele se apresente mais seco ao prosseguir.
Geralmente, as áreas que recebem esse ar seco formado passam por fortes secas. Em alguns pontos, formam-se, por esse motivo, grandes desertos, a exemplo de algumas áreas da China, que são desérticas justamente pela impossibilidade de chuvas, que se concentram nas áreas de relevo mais íngreme no sul da Ásia.




Chuvas frontais


As chuvas frontais – também chamadas de chuvas ciclônicas – são aquelas resultantes do encontro direto entre duas massas de ar, sendo uma fria e seca e outra quente e úmida. A massa de ar frio, por ser mais densa, faz a massa de ar quente e úmido subir para os pontos mais altos da troposfera, onde se inicia o processo de condensação e a consequente precipitação.




Chuvas de convecção ou convectivas


As chuvas convectivas – também chamadas de chuvas de verão – são aquelas que se formam a partir da circulação do ar em uma determinada localidade, havendo um movimento ascendente do ar quente e descendente do ar frio, haja vista que esse último é mais denso. Assim, o ar quente, ao subir, leva consigo toda a umidade produzida na superfície, incluindo a evapotranspiração da vegetação, produzindo o ambiente propício para a formação das chuvas.






Referências do texto:

PENA, Rodolfo F. Alves.   "Tipos de Chuva";    Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/tipos-chuva.htm>. Acesso em 22 de janeiro de 2017.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Hotspot em Geografia

Áreas de hotspot pelo mundo

Nos estudos ambientais, entende-se por hotspot toda área natural cuja preservação é prioridade em níveis mundiais em razão de suas elevadas ameaças de extinção. Por definição, é considerada como hotspot toda área com pelo menos 1500 espécies endêmicas (que só existem naquela região) e que já perdeu mais de ¾ de sua vegetação original. No Brasil, dois domínios naturais são classificados como tal: o Cerrado e a Mata Atlântica.

A expressão hotspot é utilizada em várias áreas do conhecimento, da Tecnologia da Informação à Genética, e quer dizer, em tradução livre, “pontos quentes”. Nas ciências ambientais, o conceito foi desenvolvido pelo ecólogo inglês Norman Myers, em 1988, com o objetivo de delimitar as áreas de preservação urgente no planeta Terra.

Em seu estudo, Myers inicialmente classificou dez domínios naturais como hotspots, incluindo notadamente as florestas tropicais. No Brasil, nesse momento, incluiu-se apenas a Mata Atlântica. Dentre outras dessas áreas, destacam-se o espaço natural de Madagascar e os Andes, esse último na América do Sul.

Entre os anos de 1996 e 1999, o primatólogo estadunidense Russell Mittermeier realizou estudos que foram capazes de ampliar o número de hotspots mundiais para um total de 25 espaços naturais. Já em 2005, a organização Conservation Internacional atualizou os estudos e outras regiões foram incorporadas, alcançando os 34 hotspots ambientais atuais. 

Embora o avanço nos estudos e a intensificação das atividades humanas sobre o meio natural tenham contribuído para o aumento do número de hotspots em todo o mundo, segundo dados da Conservation Internacional, a soma de todas as suas áreas recobre apenas 2,3% da superfície terrestre. No entanto, mesmo com esse espaço delimitado, esses domínios abrigam 50% das espécies vegetais e 42% de todos os vertebrados conhecidos no planeta Terra.


Fonte:mundoeducaão.bol.com - Rodolfo F. Alves Pena

* Créditos da imagem: Conservation Internacional / Wikimedia Commons

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Divisão regional do Brasil: Mapas e histórico das divisões

As divisões regionais do Brasil de 1889 a 1937: uma breve discussão.

Sobre as discussões de regionalização do Brasil, serão apresentadas as propostas de divisões regionais que surgiram com a intenção de dividir em regiões o imenso território brasileiro.

De meados do século XIX até o início do século XX, tivemos uma variedade de divisões regionais propostas por diversos autores e instituições em nosso país. E essa variedade de divisões está relacionada a um elenco diferenciado de critérios, resultando, portanto, numa diversidade de número e extensão das regiões.

Contudo, o critério regionalizador que predominou, principalmente nas primeiras divisões regionais do Brasil, foi o elemento natural, que resultou na definição da região natural. Essa regionalização foi ora caracterizada por um conjunto de fenômenos correlacionados, dotando de unidade a região, ora por um único fenômeno, ou seja, o mais significativo, em torno do qual todos os demais se agrupavam, fornecendo à região um cunho particular. Por exemplo, a região amazônica denomina-se pelo elemento natural predominante – a floresta equatorial amazônica.(Aristotelina e Márcia)


Observe os mapas e leituras a seguir. Eles apresentam as propostas de divisões regionais do Brasil no período de 1889 a 1937 e os respectivos critérios adotados para classificá-las.


André Rebouças - 1889 - Zona agrícola


       
01. Zona Amazônica (AM, PA)
02. Zona do Parnaíba (MA, PI)
03. Zona do Ceará (CE)
04. Zona do Paraíba do Norte (RN, PB, PE, AL)
05. Zona do São Francisco (SE, BA)
06. Zona do Paraíba do Sul (ES, RJ, SP, DF)
07. Zona do Paraná (PR, SC)
08. Zona do Uruguai (RS)
09. Zona Auro-Ferrífera (MG)
10. Zona Central (GO, MT)




Élisée Reclus – 1893 – Elementos naturais 


01. Amazônia (AM e PA)
02. Vertente do Tocantins (GO)
03. Costa Equatorial (Estados nordestinos do MA a AL)
04. Bacia do São Francisco e Vertente Oriental dos Planaltos (SE, BA, ES e MG)
05. Bacia do Paraíba (RJ e DF)
06. Vertente do Paraná e contra vertente Oceânica (SP, PR, e SC)
07. Vertente do Uruguai e Litoral adjacente (RS)
08. Mato Grosso




Said Ali  - 1905 - Econômico 
         
01. Brasil Setentrional (AC, AM, PA)
02. Brasil Norte-Oriental (MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL)
03. Brasil Oriental (SE, BA, ES, MG, RJ, SP, DF)
04. Brasil Meridional (PR, SC, RS)
05. Brasil Central (GO, MT)





Delgado de Carvalho - 1913 - Elementos naturais e humanos
    

01. Brasil Setentrional (AC, AM, PA)
02. Brasil Norte-Oriental (MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL)
03. Brasil Oriental (SE, BA, ES, MG, RJ, DF)
04. Brasil Meridional (SP, PR, SC, RS)
05. Brasil Central (GO, MT)



Pe. Geraldo Pauwels – 1926 – Elementos naturais 
  

01. Amazônia (AC, AM, PA, parte dos estados do MA, GO e MT)
02. Região das caatingas (CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, MG)
03. Planalto meridional (abrange parte dos estados de MT e GO, MG, SP, PR, SC)
04. Litoral (todo litoral do RN a RS)
05. Região uruguaio-brasileira (parte do RS e estendendo ao Uruguai)
06. Planície do Alto Paraguai ou Grão Chaco Brasileiro (parte do MT estendendo até Bolívia)



Pierre Denis – 1927 – Elementos naturais    


01. Amazônia (AC, AM, PA)
02. Nordeste (MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, nordeste e recôncavo da BA)
03. Planalto Oriental (MG, maior parte da BA)
04. Planalto Meridional (SP, PR, SC, RS)
05. Planalto Central (GO, MT)
06. Costa Atlântica (RJ, DF, ES, sul da BA)




Betim Pais Leme – 1937 – Elementos naturais 

  
01. Zona de sedimentação (AC, AM, PA)
02. Zona intermediária (MA e PI)
03. Zona estabilizada por peneplanização (CE, RN, PB, PE e AL)
04. Zona intermediária (SE e BA)
05. Zona de reajustamento isostático atual (MG, ES, RJ e DF)
06. Zona estabilizada (SP, PR, SC e RS)
07. Zona de Erosão (GO e MT)




Proposta de Pedro Pinchas- 1967(Divisão geoeconômica)








A divisão proposta por Pedro Pinchas Geiger foi chamada de Divisão geoeconômica e consiste em três regiões, a saber: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste.

As fronteiras regionais não coincidem com as fronteiras estaduais . Desta forma, por exemplo, o norte de Minas Gerais se encontra na região Nordeste. Atualmente, muitos geógrafos e cientistas sociais preferem esta proposta.

A regionalização, definida como a divisão de um determinado espaço ou território em áreas com características comuns, pode ser criada com base em critérios físicos, socioeconômicos ou políticos. A escolha de uma dessas alternativas depende das finalidades com que se pretende utilizá-la. Ela pode, por exemplo, servir a objetivos estatísticos, administrativos ou didáticos.


Proposta de Milton Santos e Maria Laura Silveira (os quatro "Brasis")




O critério principal da regionalização proposta por Milton Santos e Maria Laura Silveira foi o “meio técnico-científico-informacional”, isto é, a informação e as finanças estão irradiadas de maneiras desiguais e distintas pelo território brasileiro, determinado “quatro brasis”:


Região Amazônica - inclui os estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. Baixas densidades técnicas e demográficas. Região Nordeste - inclui os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Primeira região a ser povoada, apresenta uma agricultura pouco mecanizada se comparada à Região Centro-Oeste e à região Concentrada. Região Centro-Oeste - inclui Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do sul e Tocantins, apresenta uma agricultura globalizada, isto é, moderna, mecanizada e produtiva. Região Concentrada - inclui Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é a região que concentra a maior população, as maiores indústrias, os principais portos, aeroportos, shopping centers, supermercados, as principais rodovias e infovias, as maiores cidades e universidades. Portanto, é a região que reúne os principais meios técnico-científicos e as finanças do país.



Divisão atual

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