Espaço
Espaço – na Geografia (em
outras ciências é diferente), o espaço é concebido como uma porção especifica
da superfície da Terra, cuja interação entre natureza e ser humano, reflete na
reprodução social e na construção da paisagem. (Prof. Geraldo Lopes)
Outros conceitos de Espaço
Geográfico:
“espaço geográfico é a união
dos elementos físicos e culturais da paisagem” (Prof. Roberto Lobato Corrêa)
“espaço geográfico é a
natureza socializada, pois, muitos fenômenos apresentados como se fossem
naturais, são, de fato, sociais” (Prof. Milton Santos)
“o espaço é formado por
elementos naturais ou artificiais construídos pelo homem, ou seja, a
inter-relação existente entre sociedade e natureza delimitada numa porção da superfície
terrestre.” (Prof. Humberto Catuzzo)
Paisagem
Paisagem natural – é a
paisagem sem a ação modificadora do homem, ou seja, as bases geológicas
(geognóstica) e climáticas (vegetacional).
Paisagem cultural – é
modelada a partir de uma paisagem natural por meio de um grupo cultural. A
cultura é o agente, a área natural é o meio e a paisagem cultural é o
resultado.
Lugar
Base da reprodução da vida
(vivência afetiva) e pode ser analisado pela tríade habitante-identidade-lugar.
O “não-lugar” são lugares de passagem, como aeroportos, estradas,
supermercados, local de trabalho etc., não existindo uma relação ou mesmo uma
identidade com o indivíduo. Local está relacionado a um determinado ponto de um
lugar (coordenada geográfica)
Região
O conceito de região esta
correlacionado com continuidade e contiguidade (vizinhança), possuindo
delimitação e características semelhantes. Varia conforme as escolas
geográficas. Tipos de regiões na Geografia:
Região Determinista: (o
meio sobre o homem) região natural, ambientalista, descritiva, sem evolução,
idiográfica, que segue as características físicas, qualitativa da Escola Alemã.
Região Possibilista: (o
homem sobre o meio) não estática, possui evolução, interação entre os elementos
da paisagem, positivista. Escola Francesa.
Região Teorética: (a
matemática) também chamada de “Nova Geografia”, uso de modelos matemáticos,
visão globalizada e métodos quantitativos.
Região Marxista: (o
trabalho humano) também chamada de “Geografia Critica”, proposta com uma clara
definição metodológica, fundamentada no materialismo histórico e dialético,
baseado no marxismo. A delimitação da região na visão critica se dá a partir do
melhor meio para a reprodução do capital, sendo o Estado apenas mediador entre
mercado, capital e força de trabalho.
Região humanista:
(tempo e cultura) utiliza-se do espaço vivido, numa revalorização da paisagem e
uso da linha fenomenológica, não existindo a neutralidade. Na região humanista
é considerada a consciência que o homem possui de diferentes espaços e padrões
culturais, próprios de cada sociedade e tempo histórico.
Região Nodal: (a
rede urbana) refere-se ao “nó” da circulação entre ao cidades (equivale às
modernas regiões metropolitanas) influência do centro urbano sobre as demais
áreas.
Região Histórica: (a
história) é toda história da influência progressiva do homem sobre o espaço
(formas de apropriação agrícola, rural e urbana) que constitui o fator
principal de unidade de paisagem numa certa porção do espaço (região).
Região Natural: (a
natureza) refere-se à certas partes do espaço que o meio físico que marca mais
nitidamente o conjunto da paisagem e, por consequência, delimitam a região.
Região Econômica: (a
economia) é quando a amplitude da atividade industrial marca por toda parte a
paisagem.
Território
Está ligado ao poder,
dominação e conquista. O território é todo espaço definido e delimitado por e a
partir de relações de poder, podendo ser contíguo ou fragmentado, variando de
um quarteirão dominado por uma quadrilha de traficantes e/ou até um bloco
constituído pelos países membros da OTAN.
Espacialidade
e Territorialidade: à guisa de (arrematamento – arrebatamento)
A discussão conduzida acima coloca o conceito de territorialidade como algo multifacetado. Pode conotar o processo de delimitação de uma porção ecológica da crosta terrestre, aplicando-lhe um significado de patrimônio juridicamente pertencente a um coletivo, constituindo-se assim em território de um estado-nação, por exemplo. Mas também pode significar a valorização econômica desse contexto jurídico-ecológico. Enquanto processo de construção territorial a territorialidade abrange as ações de demarcar, interditar e dominar. Já no âmbito da produção e da distribuição de recursos a territorialidade implica em controlar. É precisamente esse caráter político-econômico da territorialidade, isto é, na forma de processo de produção de recursos e de gestão do acesso a esses recursos que se vai privilegiar neste trabalho.
Essa produção de recursos
acontece em contextos de apropriação de materiais naturais em recortes
geográficos que se constituem em espacialidades sociais. Evidentemente que são
recortes do próprio espaço territorial, isto é, são pedaços do corpo ecológico
do território em questão (embora, é claro, o próprio território como um todo seja
também uma espacialidade, porquanto é também recorte político-espacial,
conforme já visto). A espacialidade se constitui na(s) forma(s) ou conjunto de
formas que expressam um processo social. Exibem, portanto, uma estrutura e uma
função. Ora, o processo social que produz formas espaciais, estruturadas por
uma lógica de controle, e que cumprem funções que nada mais são do que recursos
sociais é, sem sombra de dúvida, a territorialidade.
Desse modo, a
territorialidade será entendida como um complexo de estratégias institucionais
(oficiais e privadas) para produzir e distribuir recursos a partir da
apropriação de recorte(s) do espaço ecológico (a crosta terrestre), ou seja, de
dada(s) espacialidade(s).
Pode-se acrescentar que o
referido processo de apropriação espacial, gerador das espacialidades, que pela
ótica da modernidade tende a uma segregação ou exclusão social, pode ser
sublevado pela participação social ampliada. Isto é, o processo de modernização
deve abranger também a racionalidade política. Ou seja, as estratégias de
dominação e controle devem ser transformadas em articulações de participação e
gestão. Em suma, a modernidade social pode ser a evolução de relações de
instrumentalidade social para uma situação de sinergia (cooperação) social.
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