terça-feira, 20 de setembro de 2016

Massas de Ar

Elementos climáticos – formam o clima

  • Temperatura
  • Pressão ATM
  • Precipitação
  • Umidade
  • Ventos


Fatores climáticos – modificam o clima

  • Latitude
  • Altitude
  • Massas de ar
  • Continentalidade/maritimidade
  • Correntes oceânicas
  • Vegetação




Massas de ar são grandes volumes de ar com característica “homogêneas”, em relação à temperatura e vapor de água. A circulação geral dá origem às massas de ar e provoca também seu deslocamento, além disso suas características estão diretamente vinculadas com sua localização ou região de origem.

Elas são extremamente extensas, tanto na forma horizontal (com centenas de quilômetro quadrados) quanto na forma vertical (com milhares de metros). As características demoram a serem adquiridas, pois o volume das massas é grande e é baixa a condutividade térmica do ar. Sendo assim, suas regiões de origem dependem de condições de tempo uniformes. Deve-se ainda lembrar que as condições de tempo dentro da massa em movimento são função da temperatura da superfície.

A massa de ar encontra-se restrita à primeira camada da atmosfera, onde ocorre a movimentação do ar. Embora denominadas de homogêneas, elas podem apresentar alterações durante seu deslocamento, assim se tornando distintas. Um exemplo disto é a mPa, que, em sua região de origem é seca, se torna úmida ao se deslocar para o Sul da América Latina.

O clima e o tempo brasileiro estão diretamente vinculados ao deslocamento das massas sobre o território, gerando secas, chuvas, quedas na temperatura, etc. Além disso, é preciso lembrar que ao mesmo tempo estão consonância mutua com a vegetação (a composição morfoclimática do país).

Exemplos:


Quando a massa de ar é mais quente do que a superfície sobre a qual ela se desloca, massa de ar quente – w


Massa de ar quente (Foto: Colégio Qi/Reprodução)

Características
•          Superfície vai resfriando o ar por baixo
•          Ausência de movimentos verticais – estratificação do ar
•          Nuvens estratiformes
•          Precipitação, se houver, será de chuviscos
•          Má visibilidade (partículas no ar)
•          Nevoeiro frequente como resultado do resfriamento superficial


Quando a massa de ar é mais fria do que a superfície sobre a qual ela se desloca, massa de ar fria - k


Massa de ar frio em formação (Foto: Colégio Qi/Reprodução)

Características
•          Presença de convecção e turbulência
•          Nuvens do tipo cumuliformes
•          Precipitação intensa e na forma de pancadas
•          Boa visibilidade

BRASIL - AMÉRICA DO SUL
Massas de ar no Brasil e na América do Sul (Foto: Colégio Qi)

As massas de ar que serão ilustradas atingem a América do Sul e consequentemente do Brasil, são elas: Massa Equatorial Continental (MEC), Massa Equatorial Atlântica - Marítima (MEA), Massa Tropical Continental (MTC), Massa Tropical Atlântica – Marítima (MTA) e Massa Polar Atlântica – Marítima (MPA).

mEc – Massa Equatorial Continental

•          Quente e Úmida
•          Forma-se na região amazônica – região de baixa pressão
•          Movimento convectivo devido à convergência dos alísios
•          Verão estende-se para o sul
•          Inverno retrai-se
•          Provoca chuvas na Amazônia e em boa parte do país durante vários meses do ano.
•          O principal fator para a grande umidade é a presença da floresta Amazônica.
•       O recuo da mEc no inverno e ao mesmo tempo o avanço da mPa (Massa Polar Atlântica), proporciona o fenômeno denominado de friagem.

O que é Friagem

É a queda brusca (rápida) da Temperatura, vinculada normalmente ao mesmo tempo a ventos frios, ocorre com maior frenquência entre os meses de maio e agosto,  sobretudo, a região política-administrativa do Norte e Centro-Oeste, e a duração de durar dias (média 3 a 4). Em algumas interpretações vinculam a potencialidade do evento a ação antrópica, com a destruição de florestas, que por sua vez dificultavam a passagem da massa polar, que desloca facilmente sem a vegetação. Tal fenômeno provoca consequências para o homem, como problemas a saúde e a baixa sensação térmica, impacto na fauna e flora, etc.
 
mEa – Massa Equatorial Atlântica

•          Quente e Úmida
•          Ocorre sobre oceanos Atlântico e Pacífico na convergência dos alísios (ZCIT)
•          Desloca-se latitudinalmente durante o ano
•          No Verão sua localização estende-se até 8° S. (próximo a linha do equador)
•          Inverno do hemisfério sul – retorna ao hemisfério norte
•          Atuação parte do Norte e Nordeste brasileiro
•        Ao encontro com a mPa, provoca chuvas de frentes ou frontais, com alta intensidade.

mTa – Massa Tropical Atlântica

•          Forma-se sobre oceanos Atlântico (e Pacífico)
•          Associada aos anticiclones do Atlântico Sul (e do Pacífico Sul)
•       Ar subsidente quente e seco que se superpõe ao ar úmido e menos aquecido (camada de inversão entre 500 e 1500 m)
•          Duas camadas
Inferior – fria e úmida
Superior – quente e seca
(De forma geral essa massa é caracterizada como quente e úmida.
•          Nuvens cúmulos de pouca extensão
•          Pouca chuva associada à orografia e no litoral
•        No inverno com o deslocamento do anticiclone do Atlântico Sul para o continente, esta massa passa a ser uma massa subsidente continental (CS), incapaz de provocar se quer formação de nuvens – céu claro, sem nuvens, sem chuvas – estação seca. 
•       A massa tropical do Pacífico – no verão transborda por cima da Cordilheira dos Andes e se associa a continental tropical, alimentando a depressão do Chaco.
•          Possui seu centro de formação próximo ao Trópico de Capricórnio
•          Atua em extensas faixas do litoral brasileiro
•       A região Sudeste contribui para a formação de chuvas orográficas (ou chuvas de relevo) durante o verão.

mTc – Massa Tropical Continental

•          Quente e Seca
•          Associada à Baixa (depressão) do Chaco (parte na Argentina e no Paraguaia)
•          Resultado do grande aquecimento no verão
•          Massa de ar quente e seca, instável com atividade convectiva intensa até 3000 m
•        Precipitação fraca, céu pouco nublado o que favoreceu ainda mais o aquecimento diurno e resfriamento noturno
•      Essa massa pode provocar, sobretudo, no Centro-Oeste, com a alternância das estações, períodos chuvosos e também secos, assim, determinando o ritmo da vida no bioma do Pantanal. Durante a época das chuvas (novembro até abril), as águas cobrem dois terços da região, pois o fato de está cercada de montanhas, aliado às baixas altitudes, dificulta o escoamento das chuvas. A época da vazante começa em maio, deixando uma camada de húmus sobre o solo que, de maneira geral, são pobres e têm excesso de sal. É bem verdade que essa cheias estão diretamente vinculadas, ao mesmo tempo, a avanço da mEc.

mPa – Massa Polar Atlântica

•     Fria e Úmida (Sua umidade refere-se ao percurso, zona polar ao continente americano, sobre o oceano atlântico) 
•     Associada aos anticiclones migratórios
•      Inicialmente é estável
•      Ao se deslocar, desaparece a inversão e torna-se instável
•     Mais intensas no inverno, destacando-se sobre os continentes nesta estação, atingindo as baixas latitudes.
•   Sua origem ao entrar no Brasil está relacionada nas porções do Oceano Atlântico próximo a Patagônia (sul da Argentina)
•   Ao penetrar no Brasil sob a forma de frente fria, provoca chuvas e declínio da temperatura.
•      Seu avanço ao litoral brasileira destaque para o Nordeste, provoca chuvas de frentes ou frontal (Ex.: mPa em encontro com a mTa).
•     O encontro com a mEc e mTa, proporciona chuvas com alta intensidade. (Ex.: as chuvas da Região Serrana do Rio de Janeiro, ocasionando um grande desastre).


Thiago Azeredo
Mestre em Geografia pela UERJ

(educação.globo.com)

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